Minha-nossa gente, tanta gente
Passa, em meio a meio se divide
Traz na testa os traços do seu tempo
As correntes são dormentes
Prendem germes das sementes
Minha-nossa gente, quanta gente
Que trabalha a terra do seu túmulo
Faz da vida um ponto em seu futuro
Traz na alma a inocência
Pede a Deus por mais clemência
Acorda o cordão, mutirão - Lamparina ilumina
Ara a terra, a tarefa - O sol da manhã
Chama os bois, a boiada
Os filhos, meu camarada - De pé no chão
Minha-nossa gente, santa gente
Sempre sobra um pouco de esperança
É chegada a hora da vingança
Hoje o dia é madrugada
Corre o tempo em disparada
Acorda o cordão, mutirão - Lamparina ilumina
Ara a terra, a tarefa - O sol da manhã
Chama os bois, a boiada
Os filhos, meu camarada - De pé no chão
Levanta o concreto, objeto
Essa sina, assassina Mata o mundo, o absurdo
A fome - e o pão?!
Passam os carros, a boiada
Os filhos, meu camarada De pé no chão.
Composição: Gilson e Lelo