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Farrapo De Gente

Luiz De Castro

Adeus amigos das madrugadas perdidas
Minha esperança para sempre eu já perdi
Adeus mulheres, perdição da minha vida
Eu vou embora e nunca mais eu volto aqui

Meu violão quero deixar de presente
Para o infeliz que ocupar o meu lugar
Quem como eu venha fazer a esta gente
Viver sorrindo com vontade de chorar

Há muito tempo lá no centro da cidade
Deixei meu lar em um imenso mar de dor
Deixei aquela que me amava de verdade
Para sentir a tentação de um novo amor

A minha esposa lamentando a negra sorte
Voltou de novo para a casa de seus pais
E hoje ela mil vezes prefere a morte
E ao meu lado não pretende voltar mais

Às vezes penso desertar da própria vida
Lembrando o homem que eu fui antigamente
Os meus amigos, as mulheres e a bebida
Me reduziram nesse farrapo de gente

Se no remorso afugentar a minha calma
E com razão hoje eu vivo envergonhado
E por castigo o que mais me dói na alma
É recordar que naufraguei e fui culpado






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