A noite traz a querência
Na insônia e na solidão
Rosa que o povo chamava
Rosinha, mocinha, linda
Mais que menina, mocinha
Menos que Rosa, botão
Corre o arroio de campo
Pelas canhadas da insônia
Delgado flete de prata
A galopar na paisagem
Com águas vivas no pêlo
Ruflando claros apelos
Para a impossível viagem
Jamais voltar, mão de raiva
Cerrou-lhe a porta do rancho
E abriu-lhe o engano da vida
Rosinha deserançada
O pai lhe grita: - Perdida!
E a mãe compreende: - Coitada!
A noite traz a querência
No fundo gemer da gaita
Doendo no coração
O impossível perdão
O andando que não desanda
Rosa plena machucada
Morrendo de mão em mão!