O compositor Luiz Carlos Borges conta que sua identificação com o chamamé começou na infância, incentivado por seu pai, que apreciava ouvir música folclórica argentina pelo rádio. Aos seis anos, Borges decidiu que ia ser acordeonista e começou a freqüentar uma escola de música. "Nunca esqueci aquele som ouvido no rádio. Aquilo entrou na minha cabeça e qualquer som que não fosse da costa do Rio Uruguai ou caipira eu estranhava" - comenta Borges.
Na vida de Borges, o chamamé foi motivo para duas fugas. Aos 14 anos ele cruzou o Rio Uruguai sozinho para assistir a um festival de chamamé em Santo Tomé, na fronteira com São Borja. Dois anos depois, também como "fugitivo", ele foi ao festival de San Inácio, na Argentina, onde um amigo o apresentou para o acordeonista Ernesto Montiel, um dos mitos sagrados do chamamé argentino. O encontro marcaria para sempre sua vida artística. Borges conta: "Naquela época, eu sabia tocar uns 400 chamamés e lembro que toquei um para o Montiel. Ao final da execução, ele disse:
"Este brasileiro está autorizado a tocar chamamé'.
O compositor Luiz Carlos Borges, presidente do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF), diz que o chamamé permite a improvisação. - "Arrisco dizer que o chamamé será o jazz do novo milênio [...] O chamamé está cada vez mais abrasileirado. Ele está tão aculturado que não tem mais o que ser mexido. Para mim, o chamamé não precisa de autorização. Ele já está autorizado há muito tempo.
O cantor, compositor e acordeonista Luiz Carlos Borges iniciou sua carreira, aos sete anos de idade, no conjunto "Irmãos Borges", na região do Rio Grande do Sul, com quem gravou seus três primeiros discos.
Luiz Carlos do Nascimento Borges nasceu...