À tarde
quando de volta da serra,
com os pés sujinhos de terra,
passa a cabocla a cantar.
As flores
vão pra beira do caminho
pra ver aquele jeitinho
que ela tem de caminhar.
E quando
ela na rede adormece
e o seio moreno esquece
de na camisa ocultar,
as rôlas,
as rôlas também morenas,
cobrem-lhe o colo de penas
pra ele se agasalhar.
Na noite
dos seus cabelos, os grampos
são feitos de pirilampos
que a estrelas querem chegar.
E as águas
dos rios vão pensando
que já chegaram ao mar
Com ela,
dorme toda natureza,
emudece a correnteza
dorme o céu todo apagado.
Somente
com o nome dela na boca,
pensando nessa caboca,
fica um caboco acordado...