Um carro de boi lá vai gemendo lá num estradão
Suas grandes rodas fazendo profundas marcas no chão
Vai levantando poeira, poeira vermelha, poeira
Poeira do sertão
Poeira do sertão, poeira, poeira do meu sertão
Viola cabocla não era lembrada
Veio pra cidade sem ser convidada
Junto com os vaqueiros trazendo a boiada
O cheiro do mato e o pó da estrada
Fez grande sucesso
Com a disparada
Viola cabocla seu timbre não falha
Criada no mato como a samambaia
Veio pra cidade de chapéu de palha
Mostrou seu valor vencendo a batalha
Voltou pro sertão
Trazendo
A medalha
Nas minhas costa fala mal, na minha frente paga pau
O sistema é colosso, toma tenência seu moço
Respeita os bigode grosso
Crucificaram nosso estilo dizendo não vai pra frente
Que é coisa do passado e pra sucesso é diferente
Agora tá todo mundo querendo tocar viola
Caipirada de gravata que de bruto não tem nada
Não deslancha e não decola
Nas minhas costas fala mal, na minha frente paga pau
O sistema é colosso, toma tenência seu moço
Respeita os bigode grosso
Só porque usa chapéu e canivete na cintura
Canta quatro ou cinco moda e diz que defende a cultura
Querem ser o que não é por modismo ou por dinheiro
Sertanejo de vitrine que não joga no meu time
Vira 'mi' no galinheiro
Nas minhas costa fala mal, na minha frente paga pau
O sistema é colosso, toma tenência seu moço
Respeita os bigode grosso
Nas minhas costa fala mal, na minha frente paga pau
O sistema é colosso, toma tenência seu moço
Respeita os bigode grosso