Toada
Eu me lembro com orgulho do meu tempo de carreiro
Fui um dos contribuintes do transporte brasileiro
Eu vivia nas estradas de janeiro a janeiro
Sustentando o cabeçalho Guarani e Cativeiro
Dividindo outra canga Navegante e Justiceiro
E na frente caminhava boi Malhado e Marinheiro.
Eu ainda sou carreiro
Por uma estrada perdida
Tocando os bois da saudade
Levando a carga da vida.
Aqui sentado na varanda muito longe vai meu pensamento
Olhando firme no horizonte relembrando os bons momentos
Parece que vejo a boiada caminhando em passos lentos.
Pela trilha do vale sem fim com o destino ao esquecimento
Deixando rastro de saudade no canto triste do lamento
Carro, carreiro e boi se perderam no túnel do tempo.