João Miranda / Da Costa
Xote
(declamaçao)
eu sou roceiro e vou contar a minha historia
timtim por timtim
Eu sou caipira, matuto caboclo nato
nasci no mato no seio do interior
Eu sou sou roceiro tenho as mãos calejadas
pele queimada curtida de suor
Sou sertanejo com orgulho minha gente,
sou descendente de um povo trabalhador ,
Eu sou colono e sou filho do sertão,
sou esteio da nação, um humilde lavrador.
Tenho orgulho em viver aqui no campo
Qual pirilampo no seio da natureza
Vivo feliz morando aqui na roça
numa palhoça na essencia da pureza
Quando anoitece aparece a lua branca
e nos encanta com magia e beleza
O galo canta mas o canto que eu venero
e ouvir o quero-quero cantando la na represa.
Todos os dias eu acordo bem cedinho,
os passarinhos cantando la no pomar
Tomo um café feito no fogão de lenha
e na ordenha vejo os terneiros mamar.
Dou baforadas no meu cigarro de palha,
vou a batalha mais um dia de trabalhar
No meu sertão quando a tardinha desmaia
no cipó da samanbaia vem o vento balançar.
Aqui eu vejo borboletas nos arbustos,
eu tenho um , meu companherio fiel
Faço caçada, também pesco de anzol,
enfrento o sol com as palhas do chapeu
Vejo as abelhas com seu gesto de amor
beijando a flor e sugando o doce mel
A onde eu moro é uma dadiva divina
quem conhece se fascina com meu pedaço de céu.