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Homem Até O Fim

Liu e Léu

Boiadeiro de palavra
Que nasceu lá no sertão
Não pensava em casamento
Por gostar da profissão,
Mais ele caiu no laço
De uma rosa em botão
Morena cor de canela
Cabelos cor de carvão,
Desses cabelos compridos
Quase esbarrava no chão
E para encurtar a história
Era filha do patrão.

Boiadeiro deu um pulo
De pobre foi pra nobreza
Além da moça ser rica
Dona de grande beleza,
Ele disse assim pra ela
Com classe e delicadeza
Esses cabelos compridos
São minha grande riqueza,
Se um dia você cortar
Nós separa na certeza
Além de te abandonar
Vai haver muita surpresa.

Um mês depois de casado
O cabelo ela cortou
Boiadeiro de palavra
Nessa hora confirmou,
No salão que a esposa foi
Com ela ele voltou
Jogou ela na cadeira
E desse jeito ele falou,
Passe a navalha no resto
Do cabelo que sobrou
O barbeiro não queria
A lei do trinta mandou.

Com o dedo no gatilho
Pronto pra fazer fumaça
Boiadeiro virou um leão
Querendo pular na caça,
Quem mexeu nesse cabelo
Vai cortar o resto de graça
A navalha fez limpeza
Na cabeça da ricaça,
Boiadeiro caprichoso
Caprichou mais na pirraça
Fez a morena careca
Dar uma volta lá na praça.

E lá na casa do sogro
Ele falou sem receio
Vim devolver sua filha
Eu não achei outro meio,
A minha maior riqueza
Eu olho e vejo no espelho
É um rosto com vergonha
Que a toa fica vermelho,
Sou igual um puro sangue
Que não deita com arreio
Prefiro morrer de pé
Pra não viver de joelho.

Composição: Lourival dos Santos e Moacyr dos Santos





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