Nas encostas de uma serra, bem por dentro da floresta
Gente vê nascer da terra uma paisagem de festa
É a cascata que se quebra pelo chão
Branquiando a verde mata lá no meio do sertão
Água pula na pedreira, joga nuvens pelo ar
E um arco multicor fica logo a trepidar
Tem um caboclo com o jeito de paixola
Vai tocando uma viola que faz agente chorar
Cai a água retumbante numa doce agonia
Vai criando melodia para todo mundo ouvir
Até a onça faceira lá comparece
Vendo aquilo tudo esquece, perde o jeito de sair
Aparece a luz do sol e se espalha na cascata
Envolvendo a fria mata numa nuvem de calor
E a passarada com pinados na garganta
Sem gaiola livre canta em acordes de amor