O mundo já está pequeno
Para tanta ingratidão
Nosso grande Rui Barbosa
Escreveu com precisão,
Que um dia o homem direito
Ia ter desilusão
O homem correto tem
Vergonha da situação
O honesto serve de secada
Por onde sobe os ladrão.
Malandro e vigarista
São donos da situação
Passa bem e goza a vida
A classe dos embrulhão,
Vive só na casemira
Vocês vão me dar razão
Na mesa de quem trabalha
Falta carne falta o pão
Quem vive de cambalacho
O mundo velho ta bão.
Fazendeiro e sitiante
Lá da banda do sertão
Ombro a ombro com os colonos
Enche de calo na mão,
Deixa o couro na lavoura
De café e algodão
O homem da sociedade
Nunca teve coração
Meia dúzia de cartola
Que leva a parte do leão.
Quando Deus formou o mundo
Ele fez sem distinção
O mundo era pra todos
Pra viver como irmão,
Meia dúzia tomou conta
Da carta jogada em mão
Nós vivemos em uma terra
Onde o povo é cristão
O pobre não tem direito
De um pedacinho de chão.
Eu sei que pisei no calo
Da turma da oposição
Eu sei que a verdade dói
Corta mais do que facão,
Os meus verso é uma bomba
Cada frase é uma explosão
Eu no campo de batalha
Não preciso pelotão
Minha trincheira foi feita
Com verdade e com razão.