Jesus Belmiro e Paraíso
Ouvi o som do berrante numa festa do peão
O lugar onde eu nasci veio na imaginação
Da porteira da fazenda vi meu nome no mourão
E do alto da colina contemplei a plantação
Parecia um manto verde estendido sobre o chão
Meu coração sertanejo de arribada na cidade
Desgarrado do amor é um cargueiro de saudade
Vi o gado na invernada, passarinhos revoando
Vi a boiada carreira, ouvi o carro cantando
Vi meu cavalo de sela no piquete relinchando
Vi poeira na estrada, ouvi os peões gritando
E vi do fogão de lenha a fumaça levantando
Nas águas frias da mina meu rosto triste banhei
Do meu sonho de saudade neste momento acordei
Sei que tudo está longe, se ainda existe não sei
Por desprezo de quem amo, a minha terra deixei
E pra não vê-la com outro nunca mais pra lá voltei