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Rasga Diabo

Lisandro Amaral

Por Rasga diabo e malino, a voz do pago me chama

Fui benzido na proclama que fumo e canha renova
Rezo a cartilha da cova pra quem conhece esse santo
Pulso sovado a macete pra não largá o ferro branco

Por malo sei o motivo de não ter sombra nem dono

Sou rei nesse xucro trono, onde a adaga é a rainha
Onde a canha é a madrinha bendizendo a sorte ingrata
De fazer carne barata com ferro bom sem bainha

Rasga diabo malabruja vou seguindo ao largo tranco
De peito e alma brazina, riscada de ferro branco
Floreio resvaloso, sou cerne empunhando aço
Aparando a vida bruta com o pala envolto no braço

Rasga diabo sem costeio de quando em vez uma lida

As desbocada da vida, num arrabalde qualquer
Que peleia por mulher é repertório pra homem
E pra um malino de nome farra melhor não se quer

Por malino e rasga diabo, todo o pago me conhece

Pra quem quiser rezo a prece, do meu facão caroneiro
Não respeito caborteiro nem alcunha façanhuda
E de um revés faço a muda pro mazajá dos matrero

Rasga diabo malabruja vou seguindo ao largo tranco
De peito e alma brazina, riscada de ferro branco
Floreio resvaloso, sou cerne empunhando aço
Aparando a vida bruta com o pala envolto no braço






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