Lily Rose Beatrice Allen, nascida no dia 2 de maio de 1985, em Hammersmith - bairro de Londres - cresceu na cidade, estudou em mais de dez escolas e até trabalhou numa floricultura. Porém, foi para a área do showbiz, seguindo o caminho trilhado pelos pais. Keith Allen, seu pai, é comediante e apresentador de TV, e também é co-autor de “World in Motion”, canção que embalou a seleção inglesa de futebol na Copa de 90. Já a mãe, Allison Owen, é produtora de cinema.
A londrina estudou música, mas revelou não saber tocar nenhum instrumento. Por isso, conta que dá importância às formas dos vocais das canções. “Sei ler música, então, quando escrevo as letras, consigo visualizar a melodia”. Lily fez seu primeiro show em maio de 2006, e agora já se apresenta com mais frequência. “Estava nervosa, mas deu tudo certo. Já fiz até outros shows”.
O álbum de estréia, “Alright, Still” - lançado pelo selo EMI -, traz toda sua marca e veio para abalar a música pop. As canções trazem na melodia influências do rock anos 60, ska, rap e eletrônica, e são um “direto” na cara de muito músico. Allen compõe as letras do jeito que entende melhor - desbocada, irreverente e crítica. “Não é nada intencional. Escrevo sobre coisas que acontecem à minha volta. Não considero um estilo ou algo que faça parte de uma cena. Várias bandas novas britânicas fazem isso porque é o que sentimos. Ninguém agüenta mais músicas que não dizem nada”, revela a cantora. Lily já emplacou dois sucessos, “Smile” e “LDN”, e, segundo os maiores críticos, ainda promete.
“Lily the Kid” - apelidada assim pelo periódico inglês “The Observer” - mostrou-se madura falando da mudança na vida. “É legal, mas me afetou, é estranho. Eu me separei do meu namorado pois ele não ficou contente com tudo isso. Ainda não sei se gosto ou não. Mas é algo que eu quero fazer, ganhar um pouco de dinheiro, então tenho que lidar com essas coisas”.
E do jeito que vão as coisas, Lily Allen vai ter que lidar com muito mais, em proporção ao sucesso astronômico que está alcançando. Lily Allen fez o último show da turnê Alright, Still no dia 10 de novembro de 2007, no Festival Planeta Terra, em São Paulo.
Há uns três anos Lily Allen era sinônimo daquela intraduzível e necessária expressão “cool”: tinha um disco pop ensolarado que antecipava o som retrô de Mark Ronson; duas mixtapes descoladas; incontáveis fãs do MySpace; declarações inteligentes e engraçadas para a intratável imprensa inglesa… Tudo parecida perfeito, mas o cerco dos paparazzi e os exageros (normais para a sua idade de 20 e poucos anos) com festa, bebidas e garotos fizeram da jovem cantora uma quase-Amy Winehouse sem Blake e com menos tatuagens. Seu despreparo para a fama repentina ficou visível para os brasileiros no seu show no Planeta Terra 2007 - uma mulher de vestido e bêbada tropeçando pelo palco.
Diante de tanta fofoca, era difícil lembrar a razão primeira que tornou Lily Allen famosa - canções que falavam com brilhantismo do tema nobre da música pop: agruras sentimentais de alguém perdido na cidade grande. A expectativa por um novo álbum da cantora se transformou em desconfiança.
Mas ainda bem que os exageros não retiraram um milímetro da capacidade criativa dessa inglesa. é o que prova o repertório de It’s not me It’s you (Não sou eu, é você), já sem Mark Ronson e com a revanches contra o ex-namorado e o mundo substituídas pela clareza da desilusão.
A saída de Mark Ronson só ampliou as possibilidades sonoras do álbum. No lugar do tom passadista que já cansado, uma mistura de baladinhas eletrônicas, batidas de hip hop e até levadas contry embala a sabedoria de Lily Allen ao falar de histórias sérias e/ou ácidas com a voz mais inocente do mundo, como deve ter aprendido na “Escola Diana Ross de canto”.
Lily canta sobre não aceitar mais ele de volta (Never gonna happen), sobre arrependimentos (I could say, uma das melhores do disco), de como o tempo nem sempre é um bom alquimista para mudar necessidades emocionais (22) e a ilustrativa Fuck you, um “vá-com-Deus” sem possibilidades de arrependimento.
“The Fear” foi o primeiro single do álbum, fez e ainda faz sucesso entre paradas pelo mundo, chegando a ficar entre as primeiras colocações da parada da revista Billboard.
Atualmente, o single mais atual de Lily Allen é “Not Fair” que já está sendo tocada ao redor do mundo.