Queixava um moço da sorte pra um fazendeiro famoso
O senhor que goza a vida seus negócios são rendoso
Por senhor não falta nada não é que eu seja invejoso
Mas o pobre neste mundo vive só por ser teimoso.
Respondeu o fazendeiro ve meu cabelo alvejando
Comecei no guatambu com a idade de oito anos
Lidei com tropa e boiada caindo e me levantando
Meus cabelos prateados é de tanto desengano.
Como pode o desengano tomar conta de um ricaço
Um homem como o senhor não tem quem lhe corte os passos
Nesta questão de amor pegar dinheiro aos maços
E o rostinho mais lindo já se joga nos seus braços
Respondeu o fazendeiro tudo isso é ilusão
A minha maior riqueza escapou da minha mão
Os filhos que eu estudei me deixou na solidão
Só se lembra do pai rico nas horas de precisão.
Ainda disse o fazendeiro a maior felicidade
É ter saúde e amor e também a mocidade
Esta terra que oce vê é de ouro em quantidade
Tudo isso eu daria para ter a sua idade.