Fui dar os meus passeios na minha mula ruzia
Foi a minha sina sorte, quase morrer nesse dia
Sendo que eu não merecia...
Dois tiros de garrucha vi na minha direção
Minha mula refugou, passou raspando no chão,
Foi a minha salvação.
No mourão do mata burro o cabra tava escondido
Descobri o esconderijo no clarão dos estampido
E rumei no seu sentido...
Dei sinal pra minha mula que pisou com macieza
Dei a volta na porteira peguei ele de surpresa
Era o Chico da Tereza.
Com o rabo de tatu eu dei bem no vão da orelha
O caboclo não gostou fez uma cara tão feia
Jogando o corpo na areia...
Amarrei ele na mula e levei pro delegado
Tocaieiro ficou preso no xadrez ficou guardado
Vendo o sol nascer quadrado.
Virei o mulão no casco e voltei lá pra fazenda
A Tereza me esperava com seu vestido de renda
Tava linda a minha prenda...
Joguei ela na garupa e fui morar em Santa Rita
Duas coisas nesse mundo que o meu coração palpita
Mula boa e “muié” bonita.