Existe um recanto bem longe daqui
Que ainda resiste aos tempos atuais
Plantado com flores que eu nunca colhi
Guardando segredos de anos atrás.
Ali eu e ela e a felicidade
Vivemos momentos de grande esplendor
Aquele recanto é da minha saudade
Ali escrevi o meu hino de amor.
Quem passar por ali vai notar
A paineira sem flor nem botão
Foi o tempo tentando apagar
O que resta da nossa união.
Abraçado nas minhas lembranças
Quantas vezes rolei pelo chão
E afaguei minha doce criança
Como um louco chorei de esperança
Sentindo as batidas do seu coração.
As vezes procuro quase alucinado
Algum pedacinho de amor esquecido
Talvez um grampinho, um lencinho bordado
Que ao dar-me um carinho ela tenha perdido.
E aquele recanto de amor tão bonito
Guardando segredos tão meus e tão seus
Respeita meu pranto, suporta meu grito
Por saber que ela foi morar com Deus.