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Liberdade Pra Morrer

Leonardo (gaúcho)

Nasceu no meio do pampa
Respirando a liberdade -
Como o batismo, o orvalho
Como abrigo uma ramada.
Ainda cheirando a placenta
Com poucos dias de idade
Deu o primeiro relincho
Como a gritar liberdade.

Mais um dia a liberdade
Correu perdendo a carreira
E o potro sentiu o buçal
Lhe arrastar pela mangueira.
Sentiu peso do mago
Pintou de sangue a espora
De um peão também domado
Sem condições de melhora.

Domado a vida mudou
E o potro perdeu o entono
E as crinas que eram do vento
Passaram a ter outro dono
Guapo na lida do campo
Em torneio e marcação
Corredor de cancha reta
Herói de revolução.

Hoje para o velho cavalo
Que foi rei no seu rodeio
Lhe vão pagar toda a luta
Com o pealo mais feio;
Que brutal fatalidade
Que sacrifício bagual
Pra mandá-lo ao matadouro
Vão tirar o buçal

Faço do verso um relincho
Desta cavalo abatido
Perdendo a dignidade
A vida não tem sentido
Quem for gaúcho me siga
E faça assim como eu
Soltem a cavalo no campo
Pra morrer como nasceu.






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