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João Ninguém

Leonardo (gaúcho)

Na beira da caçada alguém caiu
Pessoas que passavam sem olhar –
Um violão caído a poucos passos
Cenário muito pouco, singular.
Até que alguém parou pra escutar
Levou-lhe a mão no peito para ver
Se havia um coração, mas constatou
Que o mesmo já cessara de bater.

Está morto foi um grito pra ninguém
O mundo continua a caminhar
E ao levarem seu corpo ninguém viu
A lágrima contida em seus olhar.
Somente o violão que foi guardado
Amigo inseparável deste homem
Sabia todo drama de uma vida
E que morte de seu dono tinha um nome

Maldade, só maldade, indiferença
Do mundo e das pessoas que amou –
Não tendo mais motivos pra viver
As noites e a bebida se entregou.
Jamais encontrou eco nas cantigas
Amou e foi olhado com desdém
Tentou ser tudo um pouco nesta vida
E no entanto morreu sem ser ninguém.






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