A curiosidade de saber,
O que me prende? O que me paralisa?
Serão dois olhos negros como os teus,
Que me farão cruzar a divisa?
É como se eu fosse prum Vietnã,
Lutar por algo que não será meu.
A curiosidade de saber, quem é você?
Dois olhos negros...
Queria ter coragem de te falar,
Mas qual seria o idioma?
Congelado em meu próprio frio,
Um pobre coração em chamas.
É como se eu fosse um colegial,
Diante da equação, o quadro, o giz,
A curiosidade do aprendiz,
Diante de você...
Dois olhos negros...
O ocultismo, o vampirismo, o voodoo,
O ritual, a dança da chuva,
A ponta do alfinete, o corpo nu,
Os vários olhos da Medusa.
É como se estivéssemos ali,
Durante os séculos fazendo amor,
É como se a vida terminasse ali,
No fim do corredor...
Dois olhos negros...