Suas mãos não apertam,
Você não vê e nunca vai ver passar
A felicidade,
Passou bem longe, ela não voltará
Da boca a vida,
Chorando o pão que você não vai doar
A brecha, a ferida,
A humanidade nunca vai te aceitar
A voz está rouca,
Estão vivendo pra pedir, lamentar
Um pouco de ajuda, gente muda,
Essa gente não consegue falar
As mãos calejadas de um trabalho
Não dá prêmio, mas vão te premiar
Com um chute na bunda
Eles fingem que vão te levantar
Indigente barato a mancha amarga na sociedade
Sujeito sem culpa, mas que acaba por se condenar
A vida está longa
Estão vivendo pra poder suportar
Um pouco de ajuda, a gente muda
Mas essa gente não consegue mudar
As mãos calejadas do trabalho
Não dá prêmio, mas vão te premiar
Com um chute na bunda (gente imunda)
Eles fingem que vão te levantar
Indigente barato a mancha amarga na sociedade
Sujeito sem culpa, mas que acaba por se condenar
Indigente marcado, buraco aberto que você quer fechar
Um chute na bunda e eles fingem que vão te levantar
O sangue está quente
A sua febre não consegue baixar
A roupa imunda
Você é gente pra ninguém te enxergar?
O chão está quente, realidade que vai ter que enfrentar
Com a roupa imunda
Composição: Sandro Butcher