Vai pro céu, quem levou um tapa e deu a outra face?
Vai pro céu, quem abriu os olhos e não viu a luz?
Tá no céu, quem tapou os olhos e lavou as mãos?
Tá no céu, quem lavou a alma carregando a sua cruz?
Quem garante que isso lhes dá o direito à felicidade?
Quem garante que desse jeito dá vontade
Mal ou bem, todo mundo vive sem nenhum critério
Afinal, tudo isso vem do tempo do Império
Vale mais doq eu consistência e a fotogenia
Vale mais fazer do chapéu dos outros cortesia
Mais ninguém reclama de levar a vida
Em banho-maria
Mas ninguém se lembra que está levando
Um banho de água fria
Promessas de ganhar
Perdendo sem parar
Promessas de viver
Ganhando sem pagar
Tudo bem, quem já tem a mão não vai pedir o braço
Afinal, já tá todo mundo morto de cansaço
Mas ninguém estranha um cego como guia
Mas ninguém repara que ele está pelado
Com a sua fantasia