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Marias

Karol Conká

Escrevendo histórias vivendo cada segundo
Nomes do passado que ainda percorrem o mundo, orgulhando envergonhando.
Muitas se sentem sobrando
Sem estímulos na vida algumas seguem se enganando
Sempre existirá aquelas que fazem a diferença
Não pensam em recompensa
Que tem caráter presença
Sempre te ganham licença
Chegam com classe decência
Tem argumentos propensos
Medem suas conseqüências
Milhares já muito mais querem sempre um pouco mais
Enquanto outras milhares não sonham nem correm atrás
Caem no comodismo qualquer coisinha já satisfaz
Falta de realismo acredita que aqui ninguém faz
No país rico de beleza misturado com pobreza
Meninas se fantasiam negando suas naturezas
Cobertas de incertezas com medo se sentem presas
Escondem a esperteza sonhando com a realeza

(refrão)
A mocinha quer saber por que ainda ninguém lhe quer
Se é porque a pele é preta ou se ainda não virou mulher
Ela procura entender porque essa desilusão
Pois quando alisa o seu cabelo não vê a solução

As varias experiências de muita missão comprida
Aparecem no rosto mostrando as décadas vividas
Madame morre de medo realiza seu desejo
Com dinheiro no bolso seu corpo já não é o mesmo
Se prepara, se compara.
Vai a jantares repara nas dondocas desfilando suas cirurgias caras
Ocultando suas raízes, inventado novas crises.
Esticando tudo que enruga e vivendo infeliz
Dona Maria levanta cedo de segunda a segunda
Segue acostumada com uma rotina que nunca muda
De joelhos olhos fechados pede pro santo uma ajuda
Que ilumine a cabeça de sua filha caçula
Que sai de saia justa salto alto mini blusa
Se sentindo madura com vergonha da pele escura
Se decepcionando com o reflexo do espelho
E querendo o mesmo visual dourado da modelo

(refrão)
A mocinha quer saber por que ainda ninguém lhe quer
Se é porque a pele é preta ou se ainda não virou mulher
Ela procura entender porque essa desilusão
Pois quando alisa o seu cabelo não vê a solução.






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