Karnak é uma banda brasileira, da cidade de São Paulo, SP, conhecida por fundir diversos estilos musicais, brasileiros e internacionais, com música pop e rock. Muitos consideram que o Karnak faz World music, rótulo que eles negam, afirmando que sua sonoridade “étnica” é algo natural, intuitivo, e não um produto de pesquisas e planejamento.
Em 1992, André Abujamra, vocalista e guitarrista principal, após terminar seu duo Os Mulheres Negras, que formava com seu amigo Maurício Pereira, partiu para uma viagem por várias localidades do mundo, munido de um gravador de som. Através dele, coletou muitos tipos de música diferentes, pensando em criar uma banda com essas influências, mas também misturando sons brasileiros tradicionais e modernos, como rock, pop e música eletrônica. Um dos destinos da viagem foi o vilarejo de Karnak, um complexo de templos antigos no Egito. Maravilhado com a beleza do local, ele deu esse nome para sua nova banda.
De volta ao Brasil, ele chamou vários músicos para formar sua banda, sendo que a maioria eram amigos próximos, chegando ao ponto dele manter dois bateristas na banda pois ele os considerava muito bons e era muito amigo dos dois, sendo impossível dispensar um deles. Com 10 músicos, dois atores e um cachorro, o Karnak iniciou suas atividades.
Eles ensaiaram durante um ano inteiro antes de fazer sua primeira apresentação ao vivo. As apresentações ao vivo do Karnak têm um viés teatral, apresentando sempre esquetes e performances cômicas de improviso, além de figurinos diferenciados, frequentemente utilizando-se de chapéus chamativos, túnicas coloridas, etc. Na parte musical, se destaca a habilidade de seus instrumentistas também na improvisação.
Primeiro álbum, reconhecimento nacional. Em 1995 eles lançaram seu primeiro álbum, Karnak. O álbum foi lançado pelo extinto selo brasileiro Tinitus. Acredita-se ter vendido entre 50 e 100 mil cópias até hoje (após o fechamento da Tinitus, o álbum foi relançado por outra gravadora, Net Records). O álbum recebeu ótimas críticas, e apesar de não ter se tornado muito popular a ponto de ser tocado em estações de rádio, o Karnak se tornou relativamente conhecido em rádios universitárias em São Paulo e teve seus clipes transmitidos pela MTV Brasil.
Eles lançaram seu segundo álbum em 1997, chamado Universo Umbigo, pela gravadora Velas, também extinta. Na época, a banda adicionou mais integrantes: uma dançarina do ventre (que na verdade era namorada de André) e mais alguns instrumentistas. A banda teve naquele momento sua maior formação: 15 membros. No Brasil, este álbum teve menos impacto que o primeiro, e hoje ele está disponibilizado para download no site emusic, sob o nome equivocado de “Karnak Universo”; fora do país, o álbum teve algum destaque em rádios universitárias dos EUA.
Então, em 1998 o Karnak fez sua primeira turnê internacional, passando pelos EUA, Canadá e Europa. Eles chegaram a mudar o nome da banda, incluindo um “The” no início (The Karnak), mas rapidamente voltaram ao normal. Alguns membros saíram da banda, fazendo com que sua formação caísse para 9 integrantes. No mesmo ano, lançaram o álbum Original, disponível apenas na França, contendo canções dos dois primeiros álbuns, mais uma versão em francês da canção Alma Não Tem Cor e um remix da canção Comendo Uva na Chuva, feito pelo próprio vocalista.
Ao retornarem para o Brasil, no ano seguinte, começaram a gravar seu próximo álbum, Estamos Adorando Tóquio. Com apenas sete membros, o álbum foi lançado em 2000, pela gravadora independente Net Records, uma empresa que visa o barateamento do processo de lançamento de discos para evitar a pirataria. Desta maneira, o álbum foi vendido praticamente apenas em bancas de revistas, porém por um preço menor do que a média de preços de discos vendidos em lojas. A banda saiu em turnê internacional novamente durante este período, em 2001. O álbum, em termos, foi tão popular quanto o primeiro: apesar de não ter tido o mesmo impacto do primeiro álbum, eles fizeram mais concertos, conquistando mais fãs e tornando-se um pouco mais conhecidos fora de São Paulo.
Contudo, no dia 16 de dezembro de 2002, André Abujamra compôs uma mensagem, enviada para a maior lista de discussão relativa ao grupo, através de Belma Ikeda, a produtora da banda. A mensagem continha algo inimaginável para os fãs: explicava que a banda achava que um ciclo foi finalizado, portanto, ela estava terminando suas atividades. Os dois concertos que estavam marcados para a próxima semana seriam então seus últimos. As apresentações, que se tornaram uma grande despedida, tiveram a presença de todos os membros e ex-membros da banda, totalizando quase vinte pessoas no palco.
No ano seguinte, 2003, foi lançada uma compilação dos melhores momentos ao vivo da banda, com o nome Os Piratas do Karnak.
O Karnak, de acordo com André, estava extinto, sem planos de lançar material novo, a não ser um DVD reeditando alguns concertos e clipes do grupo. Porém, mesmo assim, o grupo continuou fazendo ao menos um concerto por ano, geralmente no SESC Pompéia, um complexo cultural localizado em São Paulo. Em um destes concertos, no festival Virada Cultural de 2006, André Abujamra revelou que o Karnak estaria voltando às atividades, atribuindo a cessão dos trabalhos a um medo que ele tinha de não sobreviver a uma cirurgia de redução estomacal.
Em 2006, com o lançamento do documentário O Livro Multicolorido de Karnak na 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, os fãs descobriram que, no ano de 2004, o Karnak fez uma turnê na China. O filme mostra os bastidores desta turnê.