Na solidão escura
Do velho Pelourinho
Matilde, a louca mansa
Vivia mercando assim:
Olha a flor da noite!
Olha a flor da noite!
Seria a flor da noite
A luz da estrela solitária
A tremular tão pura
Sobre o velho Pelourinho?
Ou o som da voz ausente
Da menina prostituta
Que mercava o seu triste descaminho:
Olha a flor da noite!
Olha a flor da noite!
Ou seria a flor da noite
A face oculta atrás da aurora
Por quem o homem luta
Desde nunca até agora
A louca aprisionada
Pelos monstros do poente
E que avisa e grita alucinadamente:
Olha a flor da noite!
Olha a flor da noite!