Você tem um corpo macio demais
Um corpo com cheiro da mata
Você tem as crenças, as lendas, cristais
E o verde no dorso da mata
E suas veias são rios tão cheios
Navegam seus barcos pesqueiros
E no seu ventre o que semeia dá!...
Você tem no solo um segredo que faz
Roubar dos homens o sono e a paz
Você tem um brilho, um mistério que traz
Um vento estrangeiro, bandeiras reais
Nas suas teias aldeias ribeiras
Raízes que à raça seduz
Vem do seu colo o cheiro de Vera Cruz
Minha Amazônia!...
Minha Amazônia!...
E lhe cravaram as lanças
Confundiram dialetos
Lhe violaram criança
E as matas virando desertos
Raras vitórias régias
Léguas de doces águas
Filhos de sua história
Morrendo sem fama, nem glória!
Música e letra
Jota Maranhão e Amaral Maia