Entre os ramos que pendiam da varanda, na antiga casa grande de meus pais
Um coral de rouxinóis me despertava, logo cedo com alegres madrigais
Na varanda abandonada de meu tempo, já voaram os rouxinóis de meu destino
Mas ainda vejo ao longe a revoada, que embalou meu sonho alegre de menino.
Nos pilares corroídos de meus anos, pendem soltos amarelos girassóis
O cantar da brisa calma na varanda, hoje são meus derradeiros rouxinóis.
Na varanda a velha rede de meus anos, onde o tempo vagaroso se embalança
Folhas mortas que o vento vai varrendo, traz a paz da solidão na tarde mansa
Rouxinóis foram também meus belos sonhos, que deixaram na floresta de meu peito
Coração igual um ninho abandonado, que por muitos vendavais já foi desfeito.