Lá no mourão esquerdo da porteira, onde encontrei você pra despedir
tem uma lembrança minha derradeira, é um versinho que eu nele escrevi.
Uma saudade que punge e mata, que sorte ingrata longe de ti
tenho um suspiro, triste, sem termo, vivo no ermo desde que parti
Piracicaba que eu adoro tanto cheia de flores, cheia de encantos
ninguém compreende a grande dor que sente um filho ausente a suspirar por ti.
E onde estão meus estimados companheiros, se foram tantos janeiros, desde que eu deixei meus pais
adeus, Lagoa, Poço Verde da esperança, meu tempinho de criança que não volta nunca mais.
A vida da gente é uma estrada comprida tão cheia de curva bem como se vê,
tanto sacrifício pra tanta subida depois lá de cima é preciso descer.
Quando meu peito não gemer mais nunca, quando meus olhos não se abrirem mais
recorda o dia que te amei, donzela, que lá do alto escutarei teus ais.
Meu carro não canta mais...