moda de viola (José Fortuna – grav. “Os Maracanãs”)
Quisera que Deus me desse as asas de um canarinho
pra voar lá nas alturas junto com os passarinhos
para ir dar uma volta onde mora o meu benzinho, ai, ai.
Queria voar nos ares onde ninguém não me via
onde mora meu amor fechava as asas e descia
sentava devagarinho nos braços dela e dormia, ai, ai
Queria levar um bilhete pra deixar na sua mão
dizendo que eu não posso viver só nesta aflição
distante de ti, morena, perdido na solidão, ai, ai.
O teu lencinho de seda comigo queria levar
no braço desta viola um nó eu queria dar
pra enxugar minhas lágrimas quando eu começo chorar, ai, ai.
Se eu fosse um passarinho voava nos ares perdido
eu ia fazer meu ninho na barra do teu vestido
encostava no seu rosto pra falar nos seus ouvidos, ai, ai.
Eu sou um pobre canarinho que vivo na solidão
os teus olhos que me prendem na forma de um alçapão
já prendeu a liberdade deste pobre coração.
Queria trocar um cravo com a rosa do seu jardim
pra eu lembrar de você e você lembrar de mim
vivo no mundo penando e as penas nunca tem fim, ai, ai.