Vocês pararam para ouvir atentamente, o cantar triste e dolente de um galo no sertão
Dentro da noite ele nunca se atrasa, no poleiro bate as asas pra quebrar a solidão
Às onze horas, duas horas, quatro horas, ele nunca se demora pra avisar que horas são
Peito de aço, galo índio seresteiro, o seu canto é o primeiro madrigal de uma canção.
Na catedral de a cores verdejantes, guando a neblina agasalha todo o chão
O sertanejo ouve longe na colina, cantar o galo, o "relógio do sertão".
O mostrador são as estrelas pontilhando, como números brilhando no infinito céu azul
E os ponteiros, sobre o sertão clareando, são cinco estrelas formando nosso cruzeiro do sul
Galo cantor, despertador da natureza, colocado sobre a mesa, junto ao leito da alvorada
Galo boêmio, sempre firme, sempre alerta, sentinela que desperta o romper da madrugada.