Raiz é a gente se fazer passado
Pra conservar as nossas tradições
É prestigiar o que chegou primeiro
Contra as tais modernas invenções
É não abrir a mão de uma viola
Que bem mais perto fala aos corações
Sentir saudade do gemer de um carro
O pioneiro a desbravar sertões
Raiz é ser sertão
Primeira luz da civilização
Raiz é tradição
Raiz eu sou porque também sou chão
Raiz é ver da capelinha branca
Sair à tarde longa procissão
Na frente todos carregando o andor
E o fogueteiro a soltar rojão
Erguer o mastro para Santo Antonio
E quando chega a noite de São João
Pisar as brasas sem queimar os pés
Se tiver nele fé e devoção
Raiz é a gente cair num catira
E sapatear até afundar o salão
E quando a gente misturar-se ao povo
Não ter receio de dizer – “trem bom”
É apreciar um cigarro de palha
E conhecer quando o fuminho é bom
Pra espantar mosquitos borrachudos
Na pescaria junto ao Ribeirão