(José Fortuna - grav. Cidinho e Cilmar)
Não gosto de bater papo e nem de contar vantagem, mas eu não sei o que é medo sou um homem de coragem
se um tubarão me ataca não corro não estremeço, boto a mão na sua boca, viro ele do avesso.
Eu nunca vi tanto peixe como no Rio dos Pinhais, um peixe saiu na margem e gritou não agüento mais
por favor vem me pescar aqui está tão apertado, eu prefiro morrer frito do que morrer afogado.
Fui na África caçar e peguei fera com a mão, construi uma peruca com a juba de um leão
já peguei onça no tapa deixei mansa que nem gato, hoje ela está lá em casa mansinha, pegando rato.
Esse rio não tem mais peixe como no Rio Cafitó, pescador tem que esconder a isca no paletó
um pescador quando viu que os peixes eram demais, de medo saiu correndo e os peixes correndo atrás.
Fui fazer uma pescaria contando o povo admira, peguei um peixe gigante que até parece mentira
com o tamanho do peixe o ribeirão entornou, quando tirei ele fora a água do rio secou.
Entrei no Rio Paraná com tatu e jacaré, peguei casco de um na lama lá do meio do guapé
e joguei a minha rede pra pescar curimatã, peguei vinte tonelada sem contar peixe-corã.
Eu peguei um peixe espada tão comprido que era o pai dégua que deu pra fazer um laço com mais de quatorze léguas
passei por uma pinguela que cruzava o rio Moji só quando estava no meio vi que era uma sucuri.
Fui pescar em alto mar a baleia me engoliu, quando estava dentro dela eu senti um calafrio
cocei a goela da bruta quando a danada tossiu quase uma légua distante a baleia me cuspiu.
Vamos parar de conversar esse papo é perigoso, se alguém estiver ouvindo me chama de mentiroso
exageramos um pouco pra poder dar mais sabor, e ficar mais engraçado Mentira de Pescador.