Lugarejo, começo de vila, meia dúzia de casas vizinhas
Onde a verde esperança que ia, se encontrou com a saudade que vinha
Lugarejo, dois dedos de prosa, entre os velhos amigos da tarde
Um cantinho escondido no mundo, onde mora a felicidade.
Lugarejo, eu trago no peito, bem na curva de minha lembrança
A paixão e o amor residindo, junto ao verde portão da esperança
Meu suspiro e a brisa que arrasta, folhas mortas da recordação
É o refúgio dos meus sentimentos, lugarejo do meu coração.
Lugarejo da curva da estrada, pequenino repouso da lua
Onde a mão do progresso não deixa, nem sequer um vestígio de rua
A vendinha, amigos, crianças, tudo lembra um começo de vida
Cabem todos na sombra frondosa, de uma grande paineira florida.