Nunca mate a criança que existe em você
Nunca deixe o amanhã seu brinquedo quebrar
A infância é o brinquedo na aurora de nós
Que a vida entregou para o tempo guardar
Nunca deixe no espaço o balão se queimar
Nem os anos murchar a beleza da flor
Nunca deixe o peão pelo chão se perder
Quando a vida puxar a fieira da dor
Minha infância brinquedo
A vida bem cedo
Tirou do bazar
A vitrine vazia
Restou pros meus dias
Com quem vou brincar
Eu só era feliz na inocência de crer
Que eram lonas azuis as cortinas do céu
Ai do dia que a gente começa a entender
Que não há nem cegonha, nem Papai Noel
Nunca mate a criança que existe em você
Jogar bolas de grude, brincar de esconder
Quebre a máquina vil de um adulto que só
Vê no som do metal a razão de viver