Estas são algumas cenas da peça “Condenado por amor”, gravadas no disco “Teatro e Música” por Zé Fortuna e Pitangueira. Interpretam estas cenas: José Fortuna, no papel de Raul; Pitangueira, no papel do soldado; José Ferreira, no papel do delegado e Meire Vieira, no papel de Norma.
Delegado:
- É, e agora chora, prefere ver seu marido morto a confessar a verdade!
Norma:
- Mas eu já disse a verdade Doutor. Eu juro. Meu marido é inocente.
Delegado
- (chamando) Soldado, traga o réu para cá (para Norma): Vamos ver se você, vendo seu marido sangrando resolva confessar a verdade...
Norma:
- (chorando) Meu marido é inocente, eu juro pela nossa filhinha, meu marido é inocente.
Soldado:
- Olha o réu, doutor.
Raul:
- Norma?
Norma:
- Raul, meu amor, estão lhe matando, o que devo eu fazer para salvá-lo?
Raul:
- Deve continuar dizendo a verdade, que eu sou inocente, que eu sou inocente, ouviu?, pois prefiro a morte a pagar um crime que não cometi.
Delegado:
- Vamos, minha senhora, vai dizer a verdade ou prefere ver seu marido morto?
Norma:
- Mas ele é inocente Doutor, ele é inocente. Eu juro pela nossa filhinha...
Delegado:
- Soldado, leve o réu para dentro e mate-o de uma vez
Soldado:
- É pra já. Vamos, vagabundo.
Norma:
- (grita) Não, por Deus não matem o meu marido. Eu direi toda a verdade. Meu marido é o criminoso.
Raul:
- Hein, Norma, você? Você acusou-me inocente?
Norma:
- (chorando) Foi preciso, meu amor. Fiz isto para salvar-te a vida.
Raul:
- Pois serás sempre odiada por mim, serás sempre odiada por mim! Saia de minha frente. Não quero vê-la nunca mais, nunca mais...
Norma:
- Perdoe-me Raul. Perdoe-me.Eu o condenei por amor.
Narrador:
- Raul foi condenado inocente e Norma desprezada por todos, ficou abandonada pelo mundo, pedindo a Deus que apontasse à justiça o verdadeiro criminoso, para que seu esposo ganhasse a liberdade e, depois de sete anos, Deus ouviu as suas preces, o verdadeiro assassino foi preso, e Raul ao sair da cadeira encontrou sua esposa esperando seu perdão.
Raul:
- (com admiração) Norma, você aqui?
Norma:
- Sim, meu amor. Passei todos esses anos à sua espera, à espera de seu perdão, você me perdoa, Raul?
Raul:
- Oh, é claro que a perdoarei, você acusou-me inocente para salvar-me a vida, não foi, sim minha querida Norma? Fui Condenado por Amor!
PARTE CANTADA:
Um moço padecia inocente na cadeia pra confessar um crime que ele não praticou
a esposa pra evitar que ele fosse assassinado, naquele desespero seu esposo ela acusou
e assim foi condenado aquele homem inocente mas disse para ela ao entrar para a prisão
aqui na cela fria terás sempre meu desprezo jamais, mulher ingrata, lhe darei o meu perdão.
Enquanto sem dever ele cumpria a sua pena, a esposa padecia pelo mundo a mesma dor
por todos desprezada pois ninguém acreditava que ela condenou o seu esposo por amor,
até sua filhinha os parentes lhe tomaram somente a esperança em seu peito não morreu
que um dia aparecesse o verdadeiro criminoso e assim libertaria da prisão o amado seu.
Depois de sete anos Deus ouviu as suas preces mandando o verdadeiro criminoso à prisão
e aquele inocente ao sair da cela fria encontrou sua esposa esperando seu perdão
E abraçando-se a ela, ele disse eu te perdôo, a sua acusação foi para mim até um favor
preferiu ver-me preso do que morto para sempre, eu sou feliz porque fui Condenado por Amor!