Tudo se inicia na pequena cidade de Itápolis, interior de São Paulo. No começo como sempre, nada foi fácil e os irmãos Fortuna tiveram que encontrar um emprego para que lá tentassem sobreviver. Depois veio outro obstáculo: a falta de horário em rádios para que pudessem se exibir. Quando estavam quase desistindo da tão sonhada carreira artística, José e Euclides Fortuna conseguem um modesto espaço na Rádio Piratininga. Daí em diante só lhes restaria à fama: Rádio Nacional, Rádio Record e a tão respeitada Tupi, foram conquistadas, sempre na companhia do grande e eterno acordeonista Zé do Fole, que também era ator da Companhia.
O que muita gente não sabe ainda, e talvez por culpa da mídia brasileira que não estabelece uma valorização tanto do intérprete quanto do compositor da música, é que dezenas de canções que já se tornaram verdadeiros hinos são de autoria do grande José Fortuna.
Dentre elas e para espanto de muitos vale destacar: “Índia” (regravada por Roberto Carlos); “Meu Primeiro Amor” (Caetano Veloso, Joanna e Fagner e recentemente Bruno e Marrone); “Riozinho” (interpretada primorosamente pelas Irmãs Galvão), “Terra Tombada”
( Chitãozinho e Xororó); “24 Horas de Amor”( na voz de Mato Grosso e Matias), entre muitas outras, além das que se imortalizaram na voz do trio como “Paineira Velha” e “Lembranças”. José Fortuna nos deixou no ano de 1983, vítima de uma doença que o seguiu desde sua infância: o mal de Chagas.
Quem cuida de suas mais de 2400 composições é Iara Fortuna, sua filha, casada com o cantor Paraíso, residentes estes na cidade de São Paulo onde dirigem uma editora musical. Após o lançamento de dois Cds que prestam uma homenagem por parte de alguns cantores ao “advogado” da música caipira como era conhecido José Fortuna, Iara já adiantou que provavelmente até o final desse ano, seja publicado o segundo e tão esperado livro de poesias da autoria de seu pai.