No rio Mississipi as barcas de algodão
Deslizam sobre as águas para o sul
Escravos de mãos rudes, remando a cantar
Nas tardes sob um céu de intenso azull
Lamentos que ecoam do negro lavrador
Deixando pelas margens seu adeus
Um dia de morrer,um dia de suor
Um dia de chorar
Um dia de lembrar os filhos seus
Barquinho vai
Que a noite logo vem buscar
O último clarão de sol
Nas águas a se refletir
Ô, Ô
Barquinho vai
Carregado de algodão
Do negro a triste solidão
As barcas por sobre as águas
Do Mississipi
Não podem carregar
O pôr-do-sol
Derrama a derradeira luz
E a sombra fica pelos vãos
Dos montes a te rodear
Oi, Oi vem
Vem o luar
Nos campos vem trazer a paz
E o pobre escravo se refaz
Do grande cansaço
Para de novo a sua luta
Recomeçar