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Ventos Elísios

Jorge Vercilo

É raso quando falo do profundo
É claro o despreparo se eu adentro pelo escuro
Eu trago em minha empáfia uns antolhos de cavalo
Que só me deixam ver o plano físico primário
Nada além do corpo, nada além da roupa
É um desconforto, é um mal-estar
Mesmo quando falo em evoluir
Muito menos penso em compartilhar
Ventos elísios se re......alinharam ao sul
Só pra brincar nos seus cachos de claros sonhos puro Sopram imagens que levam e trazem
De um lado ao outro, de um outro lado do escuro O raio laser do amor, às vezes, toca a alma
E é tanta lucidez, que até salvar os bons já não lhe basta Mergulha num abismo que alguns chamam de inferno
E contamina de esperança o coração do medo
Como assim, lidar com o abstrato?
É um desespero, é um desamparo
Como depender do que não existe
Quando o impalpável vem nos socorrer?
Eis o meu passado e meu futuro

Composição: Jorge Vercillo





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