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Burro Advogado

Jorge Moisés

A vocês que estão me ouvindo uma histótia eu vou contar,
Do que aconteceu comigo no estado do paraná.
Fui nascido e fui criado no meio deste sertão,
Canto moda,
Canto verso,
Mal toco violão.
Mas quando eu fui pro paraná, minha avó mandou levar um burrico alazão.
Meu neto leve este burro pra enfretar o serviço bruto no meio da plantação

Paraná ainda deserto de puro mato fechado, arrumei um servicinho num lugar recanteado.
Era longe da cidade e longe da população, era mais de 12 quilômetros da cidade de campo mourão.
Meu burrico ainda era chucro fui ensinando a trabalhar, ficou mestre no serviço pois só faltava falar,
Pra pega o mestiço arisco no meio do matagá montado naquele burro não precisava chicotear, era s´´o bambear a rédea do bixo pega no rabo do mestiço e derrubar.
Um dia de manhã cedo o patrão veio me visitar, chego pra mim e disse, hoje é aniversário da cidade tem muita festa por lá, tem corrida de animal í é mais de 500 pau pra quem conseguir ganhar

Eu peguei o meu burrico, saí pela estrada afora,
Cheguei em campo mourão em menos de meia hora.
Quando eu ia chegando ouvi o alto falante anuncia, meus senhores minhas senhoras a corrida vai começar.
Enconstei o meu burrico na pista toda lotada o povo queria ve o animal atravessar a linha de chegada.
Os peões que ali estavam de mim déram risada,
De ver o casco do meu burro com a ponta toda rachada um falava para o outro num gesto muito engraçado, será q ele vai correr neste burrico alejado.
E quando deram o apito quando deram a largada, meu burro arranco na frente, parecia q estava endiabrado, cheguei 100 metros na frente do segundo colocado.
O povo me aplaudiu e apertou a minha, em quem nós não acreditava é quem foi o campeão

Quando eu vinha voltando bem tranquilo e sossegado,
Montado no meu burro no bolso eu trazia um trocado não sabia que naquela região comandante tenete delegado, procurava urgentemente um famoso ladrão de gado.
Por mim passou um automóvel, na frente ficou parado, desceu um cidadão bem vestido um tenente do soldado.
Aquele cidadão bem vestido dizia parecia que era verdade,
Que eu havia roubado aquele burro de sua propriedade.
O sargento foi me algemando me levando fechado, quando chegou na delegacia me entregou pro delegado, e disse assim deste jeito, dando o caso por encerrado, acabamos de prender o famoso ladrão de gado

30 Dias fiquei preso, 30 dias amargurado, pagando sem dever e rezando sem ter pecado, 30 dias esperei meu julgamento, quando meu julgamento chegou, era grande a multidão, era como se fosse muzambinho em sua festa de peão, todo mundo queria conhecer aquele famoso ladrão.
Quando eu entrei no fórum acompanhado de 2 soldados, vi aquele cidadão bem vestido com seus 2 advogados, ele tocava a questão pra frente pra que eu fosse condenado, a 100 anos de prisão, eu ia morre fechado.
Pedi licença pro juíz pra que eu pudesse falar, que aquele burro era meu e pra todo mundo eu podia provar.
O promotor bateu bateu na mesa e assim respondeu de lá, se não prova que este burro é seu tu vau morrer na cadeia e ninguém mais vai te tirar

O juíz me deu uma chance trazendo o burro no meio da multidão, amarrado no cabresto e entregou nas minhas mãos.
Eu estava desesperado mas não perdi a minha fé.
Pedi pro meu burro deita, meu burro deitou,
Pedi pro meu burro levantar meu burro ficou de pé,
Pedi pro meu burro morder em quem fosse o ladrão de gado, meu burro parece que riu, deu um tremendo rinchado, foi morder no cidadão que estava tranquilo e folgadão com seus 2 advogados.
O cidadão se assustou, ficaram admirados, por eu provar que o burro era meu e por ser tão ensinado.
Alí eu fui absolvido e o cidadão foi condenado à 100 anos de prisão, eu acho q ainda está fechado e o juíz disse ao povão: Esse caboclo do sertão, fez do seu burrão, o seu maio advogado!

Composição: Jorge Moises





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