Eu não caio do cavalo
Nem do burro e nem do gaio
Ganho dinheiro cantando
A viola é meu trabaio
No lugar onde tem seca
Eu de sede lá não caio
Levanto de madrugada
E bebo pingos de orvalho
Chora viola
Caminheiro que lá vai indo, pro rumo da minha terra
Por favor faça parada, na casa branca da serra
Ali mora uma velhinha, chorando o filho seu
Essa velha é minha mãe, e o seu filho sou eu
Oi, caminheiro, leva esse recado meu (2x)
Cachorro latiu, vou aprevenir
Ladrão de muié taí
Quem tiver muié bonita
Prepare as armas que tem
Cachorro latiu de noite
Ladrão de muié laivém
Namorá muié casada
É ser muito atrevido
Dá uma oiada nela
E quatro, cinco no marido
Será que ele não tem medo
Da bala do trinta no pé do ouvido?
Muita moça me namora
Pensa que eu tenho dinheiro
Mas dinheiro eu não tenho
Mas sou um rapaz faceiro
Apesar de eu ser casado
Eu pulo o corgo, eu sou sorteiro
Quem me vê com mulher feia, pode crer que eu tô doente
Quem me vê de carro velho, socorre que é acidente
Quem me vê comendo fruto, eu já plantei a semente
Quem me vê contando história, quem conta a história não mente
Quem me vê de cara feia, é que só tem cerveja quente
Numa rodada de truco o zap só sai comigo
Sete copa me dá tento na corrida do inimigo
Num jogo de futebol ninguém pode me marcar
Eu bato o escanteio e corro pra cabecear
E a galera grita gol vendo a rede balançar
Me transformo num menino quando me pega a paixão
Misturo meu sentimento com viola e canção
Quando quero um amor até me arrasto pelo chão
Não sou desobediente quando manda o coração
Na escola do desejo eu sou doutor, sou campeão
Mundo velho está perdido
Já não endireita mais
Os filhos de hoje em dia já não obedece os pais
É o começo do fim
Já estou vendo sinais
Metade da mocidade estão virando marginais
É um bando de serpente
Os mocinhos vão na frente, as mocinhas vão atrás...
Meu mestre é Deus das alturas
O mundo é meu colégio
Eu sei criticar cantando: Deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau
Eu mato e não apedrejo
Dragão de sete cabeças também mato e não alejo
Estamos no fim do respeito
Mundo véio não tem jeito, a vaca já foi pro brejo.
Quem me vê com mulher feia, pode crer que eu tô doente
Quem me vê de carro velho, socorre que é acidente
Quem me vê comendo fruto, eu já plantei a semente
Quem me vê contendo história, quem conta a história não mente
Quem me vê de cara feia, é que só tem cerveja quente
Nada no mundo me assusta sou um caboclo folgado
Gosto de ganhar dinheiro só pra ver o tutu guardado
Dou esmola todo dia pra descontar meus pecados
Dou rasteira em serpente e coleciono burro bravo
Compro o rei do café e dou de troco o rei do gado
Numa rodada de truco o zap só sai comigo
Sete copa me dá tento na corrida do inimigo
Num jogo de futebol ninguém pode me marcar
Eu bato o escanteio e corro pra cabecear
E a galera grita gol vendo a rede balançar
Me transformo num menino quando me prega a paixão
Misturo meu sentimento com viola e canção
Quando quero um amor até me arrasto pelo chão
Não sou desobediente quando manda o coração
Na escola do desejo sou doutor sou campeão
Gavião da minha foice não pega pinto
Também a mão de pilão não joga peteca
O cabo da minha enxada não tem divisa
As meninas dos meus olhos não tem boneca
A bala do meu revólver não tem açúcar
No cano da carabina não vai torneira
A porca do parafuso nunca deu cria
Na casa do joão de barro não tem goteira