Jesus Belmiro e João Mulato
Querumana
Numa venda rodando a estrada num recanto do nosso interior
Certo dia chegou um granfino exibindo chapéu de castor
Para a morena dona da venda disse pago o preço que for
Mais eu quero cerveja gelada porque não suporto o calor.
Desculpando respondeu a moça gelada não tenho nenhuma
Eu só tenho cerveja quente, gelo por aqui não se arruma –
O granfino falou arrogante eu não faço questão alguma
Se for quente igual a você juro que bebo até a espuma.
A morena tentou retrucar, o granfino na hora impedia
Segurando o braço da moça quis beijar a sua face macia
E puxando um trinta e oito atirou sem fazer pontaria
E furando o chapéu do granfino que de medo de joelho caia.
O grafino tremendo na mira goela a baixo a cerveja descia
Bebeu toda a cerveja da venda, enxugando o suro que descia
Ao pagar não esperou o troco e na curva da estrada sumia
Aprendeu a respeitar as mulheres e de cerveja pegou alergia.