Só as paredes são as minhas testemunhas
Das noites em que passo na mais negra solidão
De dentro do meu quarto ouço o vento no espaço
Me representa a voz da dona do meu coração.
Então abro a janela, vendo que ninguém me chama
Saio em meu carro a correr pela cidade
É mais uma jornada neste meu opala preto
Mais uma madrugada em minha triste mocidade.
E quando um novo dia amanhece estou cansado
Como o rosto abatido, sem motivo pra viver
Nas águas e nas flores, no sorriso da criança
Eu vejo o semblante da mulher do meu sofrer.