Goiá / Waldemar de Freitas Assunção
Toada Jovem
Onde andará o meu benzinho nesta hora
Por que será que a gente ama tanto alguém
Esta saudade me acompanha noite afora
É madrugada e o meu sono nunca vem
Para aumentar o desespero de quem chora
Os galos cantam nas quebradas muito além
Meu amorzinho não chegou até agora
Mais uma noite vou dormir sem o meu bem
Há tanta gente proclamando que me adora
Mas o que vale dois amores, dez ou cem
Em minha raiva mando todo mundo embora
Não interessa não importa qual ou quem
Só a idéia de ter outra me apavora
Pois outro amor igual aquele aqui não tem
Talvez sonhando com os tempos de outrora
Mais uma noite vou dormir sem o meu bem
A minha mágoa nesta noite não melhora
Nas ruas mortas já não vejo mais ninguém
Sem entender o motivo da demora
Para meu quarto solitário vou também
Talvez meu anjo chegue ao romper da aurora
Que os outros anjos lá no céu digam amém
Na grande fossa de quem ama e quem adora
Mais uma noite vou dormir sem o meu bem