Companheirada não repare no meu jeito
E na cara de satisfeito que eu estou mostrando agora
Por muito tempo comi feijão com farinha
E até que enfim a miudinha do meu rancho foi embora
Demorou tanto pra terminar a desgraça
Que mesmo com muita raça quase que eu descorçoei
Mas quando achei que já tava tudo perdido
A sorte me deu ouvido e de novo me levantei
Eu to grandão! Na carestia dei um tombo
To bem gordo e são de lombo, pronto pra qualquer peleia
Eu to grandão! Já consegui sair do zero
E é por isso que eu não quero ver ninguém de cara feia
Em qualquer mesa não quero que falte nada
Quero ver a mulherada faceira bailando tonta
Pouco me importa se alguém me chamar de pato
Não dou bola pra boato e é tudo por minha conta
Só pra esquecer que a miséria é um baita diacho
Vou amanhecer borracho no colo de uma morena
Seu bolicheiro serve uma pra i também
E já me troca essa de cem porque eu não tenho “mais pequena”
Agora vejo que este mundo é mesmo loco
Se a gente não tem uns “troco” não se pode ser feliz
E pra mostrar que eu já não to pelas carona
Vou dar de mão na cordeona e vou cantar uns versos que fiz
Não tenho rabo, eu que mando no meu couro
Não é nenhum desaforo, to esbanjando só o que é meu
Passei vergonha, desespero e precisão
Só que agora eu to grandão e hoje quem paga sou eu