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Bailando no Rincão

João Luiz Corrêa

Vou neste tranco da moçada dançadeira
A noite inteira num fandango no rincão
Já me acuiéro porque me gusta o retoço
O xixo é grosso e o gaiteiro é dos “bão”
Me agrada um toque de cordeona e de pandeiro
Sou fandangueiro e danço meio diferente
Me pacholeio com a mais linda do entreveiro
Destas que o cheiro embriaga o peito da gente

Toque gaiteiro puxe o fole que hoje eu danço
Num balanço de levantar polvadeira
Toque gaiteiro puxe o fole que hoje eu danço
E me desmancho nesse tranco de vanera

Deixo meu rastro desde a sala inté o balcão
E o meu carvão e pra já que se termina
Mas não da nada, pois na vida deste taita
Não falta gaita, trago e agrado de china
E essas percanta me rodeiam quando chego
Fazem chamego pra beber na parceria
E eu me faço de louco e vou tenteando
Vou apertando e retoço até clarear o dia

Toque gaiteiro puxe o fole que hoje eu danço
Num balanço de levantar polvadeira
Toque gaiteiro puxe o fole que hoje eu danço
E me desmancho nesse tranco de vanera

Volto pro rancho quebrado e bem sozinho
Para achar o caminho é um sofrimento que dá pena
No outro dia nem o demônio me ataca
Curo a ressaca no lombo de um ventena
A lida é braba pra quem faz de tudo um pouco
Junto meus troco e me acerto com o patrão
Sábado é certo que me mando a la cria
Clareio dia borracho pelo rincão

Toque gaiteiro puxe o fole que hoje eu danço
Num balanço de levantar polvadeira
Toque gaiteiro puxe o fole que hoje eu danço
E me desmancho nesse tranco de vanera

Composição: João Luiz Corrêa / Mário Nene





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