João do Vale dizia que no Maranhão, de onde veio, "o cara é Batista ou Ribamar". Ele era Batista, João Batista do Vale, nascido em Pedreiras no dia 11 de outubro de 1934.;
Até os 12 anos, vendia na rua os bolos que a mãe fazia e aos 13, foi vender laranjas na feira de Praia Grande, em São Luís. Chegou ao Rio como ajudante de caminhão, em 1950. Compunha desde menino, para o bumba-meu-boi de sua terra e conseguiu gravar com o sanfoneiro Zé Gonzaga (Cesário Pinto) e com a cantora Marlene (Estrela Miúda).
A convite do compositor Zé Keti, cantou no Zicartola, o restaurante musical que Cartola manteve no Centro do Rio, de 1963 a 1965. O teatrólogo Oduvaldo Vianna Filho convidou-o a participar, ao lado de Zé Keti e da cantora Nara Leão, do show Opinião. Nara Leão adoeceu e foi substituída por
Maria Bethânia, trazida da Bahia.
A interpretação vigorosa que a jovem e desconhecida cantora deu a Carcará, de João do Vale, consagrou imediatamente a intérprete e o autor. João do Vale, apresentou-se na Europa, nos EUA, em Cuba e Angola. Mas jamais pôde mudar-se de Rosa dos Ventos, bairro pobre de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Em 1986, sofreu um derrame. Numa cadeira de rodas, voltou para Pedreiras. No dia 6 de dezembro de 1996, morreu num hospital de São Luís. Algumas obras: Carcará, Coroné Antônio Bento, O canto da ema, Peba na pimenta e Pisa na Fulô.