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Desnortes

João Bosco

Quando escurece e desce a lava
Sobre o morro Dois Irmãos
Brilha a montanha cravejada de uma estranha ilusão
No Corcovado bóia o Cristo levitando contra o céu
Tudo é febril
Tudo quer ser
Tudo lateja

Todas as tardes, pouco antes de se despedir o sol
O mar acende, prateado, quase glacial
Sou atraído pelo infinito
É doce, irmão, morrer no mar
Morrer no mar
Morrer no mar
Tenho vontade de esquecer de mim
E nesse instante me apagar
No branco sal do mar

Pela cidade erram almas
Procurando um coração
Tantos desejos travestindo sempre a mesma solidão
Em álcool forte
Em mil desnortes
Em sezão

Mas hoje em dia, a seu lado
Algo se aplacou em mim
Algo de novo, pouco a pouco
Pode aparecer, enfim
Tua beleza, tua intensa luz
Toda a alegria do teu corpo são
Que ao meu canto dizem:
“Nada foi em vão”

Tua beleza, tua intensa luz
Toda a alegria do teu corpo são
Que ao meu canto dizem:
“Nada foi em vão”

Quando escurece e desce a lava
Sobre o morro Dois Irmãos
Brilha a montanha cravejada de uma estranha ilusão
No Corcovado bóia o Cristo levitando contra o céu
Tudo é febril
Tudo quer ser
Tudo lateja

Todas as tardes, pouco antes de se despedir o sol
O mar acende, prateado, quase glacial
Sou atraído pelo infinito
É doce, irmão, morrer no mar
Morrer no mar
Morrer no mar
Tenho vontade de esquecer de mim
E nesse instante me apagar
No branco sal do mar

Composição: Francisco Bosco / João Bosco





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