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Marvin

Jeito Moleque

Meu pai não tinha educação
Ainda me lembro, era um grande coração
Ganhava a vida com muito suor
E mesmo assim não podia ser pior
Pouco dinheiro pra poder pagar
Todas as contas e despesas do lar

Mas Deus quis vê-lo no chão com as mãos levantadas pro céu
Implorando perdão
Chorei, meu pai disse: "Boa sorte"
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
E disse:

(Refrão 1)
"Marvin, agora é só você
E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer."

Três dias depois de morrer
Meu pai, eu queria saber
Mas não botava nem um pé na escola
Mamãe lembrava disso a toda hora
E toda noite antes do sol sair
Eu trabalhava sem me distrair

Às vezes acho que não vai dar pé
Eu queria fugir, mas onde eu estiver
Eu sei muito bem o que ele quis dizer
Meu pai, eu me lembro, não me deixa esquecer
Ele disse:

(Refrão 2)
"Marvin, a vida é pra valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor"

E então um dia uma forte chuva veio
E acabou com o trabalho de um ano inteiro
E aos treze anos de idade eu sentia todo o peso do mundo em minhas costas
Eu queria jogar mas perdi a aposta.

E trabalhava feito um burro nos campos
Só via carne se roubasse um frango
Meu pai cuidava de toda a família
Sem perceber segui a mesma trilha
E toda noite minha mãe orava
Deus, em nome da fome que eu roubava

Dez anos passaram, cresceram meus irmãos
E os anjos levaram minha mãe pelas mãos
Chorei, meu pai disse: "Boa sorte"

Com as mãos no meu ombro
Em seu leito de morte
Disse:

(Refrão 1)
(Refrão 2)
(Refrão 1)
(Refrão 2)

Composição: Ronald Dunbar/n.johnson - Versão: Nando Reis





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