No início do século XXI, Jay-Z é considerado um dos mais prolíficos rappers norte-americanos de todos os tempos. O facto de, em sete anos, ter lançado sete álbuns, e o pormenor de liderar a sua própria editora ajudam a explicar o estatuto, e talvez a vontade que o músico tem manifestado de abandonar o mundo dos discos, por sentir que já alcançou grande parte dos seus objectivos nessa área.
O percurso artístico de Jay-Z remonta, no entanto, ao bairro pobre de Brooklyn, onde o jovem se habituou a ser, desde muito cedo, o ganha-pão de um lar marcado pelo abandono do Pai. Foi nas ruas e em negócios nem sempre lícitos que Shawn Carter, ou Jazzy, como era conhecido na altura, começou a assegurar a sobrevivência da família e a travar contacto com o mundo do hip hop. Jaz-O, aka Big Jaz, rapper de Nova Iorque com quem Jay-Z se viria a cruzar, elucidou-o quanto aos meandros da indústria discográfica. Os primeiros passos do rapper viriam a dar-se numa banda chamada Original Flavor; a individualidade do artista não tardou, porém, a sobrepor-se, tomando o músico a arriscada decisão de criar a sua própria editora, à qual chamou Roc-a-Fella Records. Por ter encontrado uma distribuidora à altura - primeiro, a Priority Records; mais tarde, a Def Jam - a estratégia resultou, e em pouco tempo Jay-Z tinha nas lojas “Reasonable Doubt”, o seu álbum de estreia.