Gracias, meu Deus pelo regalo
Eu tenho uma quadrilha
Crioula, de bons cavalos
De acordar o canto dos galos
Do gateado até a rosilha
Me faltava a moura negra
Pelagem das “mais gaúcha”
Quando nasceu eu assobiava
Toda arisca se assombrava
Ficou o nome de bruxa
O pêlo da criatura
Assusta até a madrugada
E o matiz de sua negrura
Co'a serração da lonjura
Prenuncia uma geada
Potranca que amanunciei
Por ser buena e querendona
Será campeira e de lei
Só não faço o que não sei
Te passo em ponto de doma
Leandro Simões, uma paciência
Estância Santa Fé no Tiarajú
Te entrego aqui na querência
Esta moura de procedência
Pra um bocal de couro crú.